O MAIOR ERRO COMETIDO POR ADVOGADOS AO DIVULGAREM ARTIGOS JURÍDICOS NA INTERNET
- portalarquivodireito
- 20 de jul. de 2014
- 4 min de leitura

Desde sempre advogados escrevem artigos jurídicos como estratégia de marketing. Ou seja, divulgam conteúdos em revistas jurídicas e (atualmente) na internet para se firmarem como expertises em suas respectivas áreas de atuação.
Os profissionais de marketing passaram a dar o nome a esta estratégia de MARKETING DE CONTEÚDO.
Tenho acompanhado sites e blogs jurídicos há mais ou menos 4 anos, e tenho percebido que, com raríssimas exceções, os advogados cometem um erro básico de marketing de conteúdo que é imperdoável.
O erro é tão grave que é suficiente para tornar o conteúdo produzido inútil como estratégia apta a divulgar o advogado ou seu escritório. Trata-se de um erro de alinhamento do conteúdo com os objetivos promocionais de marketing.
Entendendo o erro
O objetivo principal da maioria dos advogados que produzem conteúdos para divulgação na Internet é o de conquistar clientes, gerar credibilidade, firmar-se como uma autoridade na área de atuação e criar relacionamento com o público.
Ainda que nobres os objetivos, o teor do conteúdo normalmente encontrado em sites de advocacia é completamente desalinhado destes objetivos.
Via de regra, são produzidos artigos acadêmicos ou voltados para o público que já tenha formação em Direito. Em sua maioria, com um conteúdo técnico e especializado.
Alguns fatores que explicam este desalinhamento:
peso acadêmico muito grande nos textos, que remontam a doutrina especializada e jurisprudência;
linguajar e trejeitos próprios da dicção jurídica, tais como "segundo os ensinamentos do dileto...", "pela relevância, transcreve-se o extrato do eminente Ministro..."
uso de expressões latinas e conceitos técnicos não acompanhados de explicação
pressuposição de que o leitor tem noções elementares de Direito
textos longos, no mesmo formato dos artigos acadêmicos
escopo genérico ou muito amplo
abordagem de assuntos que interessam apenas juristas
Quando o conteúdo produzido para conquistar clientes tem como foco a atenção de outros juristas, fica difícil imaginar que ele vá chamar atenção do seu cliente potencial.
É necessário reinventar a maneira de se escrever sobre o Direito para atingir os clientes. De nada adianta escrever bem o juridiquês se o seu cliente não entende esta língua.
É particularmente difícil abandonar os arraigados hábitos de escrita que aprendemos na Faculdade e na prática profissional, mas um esforço precisa ser feito.
Um bom exemplo de marketing de conteúdo jurídico de boa qualidade é o produzido nas redes sociais pelo CNJ (clique aqui para ver a sua Fanpage no Facebook) e pelo TST (clique aqui para ver a Fanpage).
No final deste artigo, temos dois exemplos do próprio Arquivo Direito, do nosso colaborador Luiz Fernando Pinheiro, de como produzir conteúdo jurídico na seara do Direito Trabalhista, tendo como clientes pessoas jurídicas.
Boas práticas de marketing de conteúdo
Seguem algumas boas práticas de marketing de conteúdo para superar estas barreiras de um conteúdo desalinhado e buscar estratégias mais alinhadas com os clientes:
1º) tenha uma estratégia de marketing objetiva e quantificável. Tenha metas em números (criar uma lista com 1000 contatos, ter uma página com 2000 curtidas, etc.). Estabeleça o passo a passo da produção do seu conteúdo: o que, quem, onde, quando, como, porque será produzido conteúdo.
[No final do artigo, trazemos um link para você aprender a fazer o calendário editorial para seu conteúdo].
2º) Estude e entenda os canais de divulgação do seu conteúdo. Seja por meio de um site, blog, página no Facebook, perfil no Linkedin ou até mesmo por meio do Whatsapp. É importante entender como funciona a difusão de conteúdo e o comportamento dos usuários em cada canal escolhido.
3º) Busque escrever como se estivesse dando uma consultoria aos seus clientes. Use a linguagem que ele compreenda, traduza seus problemas e explique como eles serão tratados no universo jurídico.
4º) Engaje seus colaboradores e parceiros para ajudá-lo com suas estratégias. Sócios, advogados, estagiários, colegas de profissão, amigos de outras carreiras jurídicas, outros escritórios, todo eles podem ajudá-lo a produzir o seu conteúdo.
5º) Adapte o material que você já produz em seu trabalho. Petições, pareceres, recursos (que são mais argumentativos), entrevistas com clientes podem se transformar em artigos, cases, estudos de caso, modelos, eBooks, infográficos (com as estatísticas do seu escritório), manuais, etc.
6º) Mensure resultados da divulgação para ajustar o foco do seu conteúdo. Não existe fórmula certa do que chama a atenção das pessoas na Internet. É preciso fazer testes. A internet tem um sem número de ferramentas para ajudá-lo a entender como o seu público interage com o seu conteúdo.
No final deste artigo, temos um link sobre métricas de marketing digital
7º) Defina o seu público-alvo com precisão (crie personas). As personas são representações ideais dos seus clientes potenciais. Devem ser criadas com base em dados realistas, como informações demográficas e comportamentais, motivações, dores, dificuldades que os fazem buscar os seus serviços, expectativas positivas e negativas sobre a advocacia, etc.
[No final do nosso artigo, um link ensinando como construir personas].
7º) Invista em mídias diferenciadas. A internet é cada vez mais visual. Produza conteúdos neste sentido: infográficos, mapas mentais, vídeos, banners. A produção de vídeos para divulgação de conteúdo é, hoje, muito acessível. Nada que um microfone de lapela e um notebook não resolva.
Ricardo Orsini
Fundador do Arquivo Direito Soluções e Projetos em Marketing Jurídico
Empresário, mestre em Filosofia pela UFG e bacharelando em Direito pela PUC-GO
Veja os artigos recomendados:
► Aprender a fazer o calendário editorial para seu conteúdo – clique aqui
► Entenda um pouco mais sobre métricas de marketing digital – clique aqui
►Aprenda como construir personas para o seu negócio – clique aqui
► Veja os dois artigos sobre como produzir conteúdo para a seara do Direito Trabalhista, tendo como clientes empresas de pequeno porte.
O que fazer quando os empregados se envolvem num relacionamento amoroso (clique aqui)
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